
Avaré, 28 de março.
Com uma hora de atraso, os Titãs entraram no palco com a prejudicada “Diversão”. E então aconteceu aquilo que já presenciei diversas vezes em outras apresentações: os caras lá no palco tocando e a gente na plateia pulando sem saber exatamente qual música rolava. Tudo graças à péssima acústica do local.
A coisa só melhorou lá pela terceira música. Ao meu lado, senhores e senhoras de meia idade já haviam abandonado as cadeiras da área vip cujo valor da mesa beirava os R$ 300 para se entregar à dança. Pelo menos neste aspecto o Rock é bastante democrático: qualquer idiota se estrebucha da maneira que quiser e ninguém vai reparar se você errou o passo ou não.
A disposição das mesas – localizadas em frente ao palco e protegidas por cercas – deixava latente até para os mais desatentos a segregação social entre vips e não vips. Cheguei a esperar um discurso inflamado do Sérgio Britto condenando o apartheid mas não rolou. Se fosse na época do “Cabeça Dinossauro” ...
A atuação de Branco Mello na nova fase dos Titãs é algo que merece destaque. Em diversos clássicos ele assumiu o baixo e a banda dispensou a colaboração dos dois músicos que a acompanha em turnê. O comando ficou só com os cinco titãs remanescentes. Uma espécie de volta às raízes. É claro que “Bichos Escrotos” não teve aquele slap hipnótico original. No entanto, Branco não comprometeu e fez a sua parte direitinho, mesmo que não tivesse a pretensão de demonstrar destreza no instrumento.
Paulo Miklos também provou que é capaz de executar outro instrumento além da voz. O vocalista ficou grudado em sua Telecaster creme durante quase todo o show. Tanto que coube a ele dar vida à clássica introdução da já citada “Bichos Escrotos”, até então reproduzida ao vivo por músicos contratados desde a morte do guitarrista Marcelo Fromer em 2001.
“Cabeça Dinossauro” e “Polícia” seguiram a mesma linha - somente com os cincos titânicos - com aquela clássica encenação de guitarras e baixo lado a lado na beira do palco. O momento não deixou de ser emocionante e trouxe à tona a harmonia e o entrosamento existente entre eles. Talvez seja essa união que os mantenha ativos mesmo após mais de 25 anos de carreira, dois desfalques e a morte trágica de um membro do grupo, além de um horrendo acústico da MTV.
Quem imaginava encontrar uma banda em franca decadência que está na estrada apenas por hábito irá se frustrar ao saber os Titãs preparam um novo disco sem a ajuda de músicos extras, exatamente como foi apresentado em boa parte do show. Bom presságio.
É a prova que o feeling do Rock`Roll é eterno, independentemente de cabelos brancos.
Com uma hora de atraso, os Titãs entraram no palco com a prejudicada “Diversão”. E então aconteceu aquilo que já presenciei diversas vezes em outras apresentações: os caras lá no palco tocando e a gente na plateia pulando sem saber exatamente qual música rolava. Tudo graças à péssima acústica do local.
A coisa só melhorou lá pela terceira música. Ao meu lado, senhores e senhoras de meia idade já haviam abandonado as cadeiras da área vip cujo valor da mesa beirava os R$ 300 para se entregar à dança. Pelo menos neste aspecto o Rock é bastante democrático: qualquer idiota se estrebucha da maneira que quiser e ninguém vai reparar se você errou o passo ou não.
A disposição das mesas – localizadas em frente ao palco e protegidas por cercas – deixava latente até para os mais desatentos a segregação social entre vips e não vips. Cheguei a esperar um discurso inflamado do Sérgio Britto condenando o apartheid mas não rolou. Se fosse na época do “Cabeça Dinossauro” ...
A atuação de Branco Mello na nova fase dos Titãs é algo que merece destaque. Em diversos clássicos ele assumiu o baixo e a banda dispensou a colaboração dos dois músicos que a acompanha em turnê. O comando ficou só com os cinco titãs remanescentes. Uma espécie de volta às raízes. É claro que “Bichos Escrotos” não teve aquele slap hipnótico original. No entanto, Branco não comprometeu e fez a sua parte direitinho, mesmo que não tivesse a pretensão de demonstrar destreza no instrumento.
Paulo Miklos também provou que é capaz de executar outro instrumento além da voz. O vocalista ficou grudado em sua Telecaster creme durante quase todo o show. Tanto que coube a ele dar vida à clássica introdução da já citada “Bichos Escrotos”, até então reproduzida ao vivo por músicos contratados desde a morte do guitarrista Marcelo Fromer em 2001.
“Cabeça Dinossauro” e “Polícia” seguiram a mesma linha - somente com os cincos titânicos - com aquela clássica encenação de guitarras e baixo lado a lado na beira do palco. O momento não deixou de ser emocionante e trouxe à tona a harmonia e o entrosamento existente entre eles. Talvez seja essa união que os mantenha ativos mesmo após mais de 25 anos de carreira, dois desfalques e a morte trágica de um membro do grupo, além de um horrendo acústico da MTV.
Quem imaginava encontrar uma banda em franca decadência que está na estrada apenas por hábito irá se frustrar ao saber os Titãs preparam um novo disco sem a ajuda de músicos extras, exatamente como foi apresentado em boa parte do show. Bom presságio.
É a prova que o feeling do Rock`Roll é eterno, independentemente de cabelos brancos.
Piruca, bela análise. O que você está fazendo, que não se tornou crítico musical? Bostinha de homem!
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