terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Lições Pirajuenses*


*Artigo publicado na edição 1150 do Jornal Observador

          Os pirajuenses mostraram que o povo unido é capaz de exercer pressão sobre o poder público. E nem poderia ser diferente: ocupantes de cargos eletivos devem governar e legislar segundo os anseios do povo.

Não é democrático o distanciamento entre população e seus representantes. O uso do termo “autoridade”, inclusive, acaba servindo convenientemente ao propósito desagregador. O indivíduo investido em cargo público é o cidadão propriamente dito alocado nas esferas de poder.

Outra lição vem das redes sociais. Já tínhamos acompanhado a importância desses dispositivos na primeira eleição de Barack Obama e na Primavera Árabe. No entanto, o caso pirajuense trouxe à tona um exemplo local de sua capacidade aglutinadora e catalisadora.   

Registre-se ainda a saudável contribuição entre redes sociais e mídia tradicional. É o caso da publicação neste semanário da “Carta Aberta aos Vereadores de Piraju” de autoria do meu velho amigo e companheiro de estrada Felippe Aníbal.

O texto – que tão perfeitamente sintetizou a indignação pirajuense – surgiu no Facebook e logo chegou à plataforma impressa graças à sensibilidade da equipe do Observador. (Sim, “Peruca”, sua carta cumpriu um papel histórico embora você teime em dizer que foi apenas um desabafo).
           
Apesar das contribuições, o que definitivamente determinou a vitória foi a exemplar mobilização popular. O histórico de lutas em defesa do Paranapanema adquiriu mais robustez e lastro.
           
Se o poder público tende a ser suscetível ao poder econômico, a população provou que não o é. A vigília, no entanto, é eterna.   

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