*Artigo publicado na edição 1150 do Jornal Observador
Os pirajuenses mostraram que o
povo unido é capaz de exercer pressão sobre o poder público. E nem poderia ser
diferente: ocupantes de cargos eletivos devem governar e legislar segundo os
anseios do povo.
Não é
democrático o distanciamento entre população e seus representantes. O uso do
termo “autoridade”, inclusive, acaba servindo convenientemente ao propósito desagregador.
O indivíduo investido em cargo público é o cidadão propriamente dito alocado
nas esferas de poder.
Outra lição vem
das redes sociais. Já tínhamos acompanhado a importância desses dispositivos na
primeira eleição de Barack Obama e na Primavera Árabe. No entanto, o caso pirajuense
trouxe à tona um exemplo local de sua capacidade aglutinadora e catalisadora.
Registre-se
ainda a saudável contribuição entre redes sociais e mídia tradicional. É o caso
da publicação neste semanário da “Carta Aberta aos Vereadores de Piraju” de
autoria do meu velho amigo e companheiro de estrada Felippe Aníbal.
O texto – que
tão perfeitamente sintetizou a indignação pirajuense – surgiu no Facebook e
logo chegou à plataforma impressa graças à sensibilidade da equipe do
Observador. (Sim, “Peruca”, sua carta cumpriu um papel histórico embora você
teime em dizer que foi apenas um desabafo).
Apesar das
contribuições, o que definitivamente determinou a vitória foi a exemplar mobilização
popular. O histórico de lutas em defesa do Paranapanema adquiriu mais robustez
e lastro.
Se o poder
público tende a ser suscetível ao poder econômico, a população provou que não o
é. A vigília, no entanto, é eterna.
"A vigília, no entanto, é eterna". Brilhante
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