segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A Babel é aqui

Em qualquer um dos pontos turísticos de Manaus, pelo menos dois corpos transam escancaradamente à luz do dia: a língua inglesa e a língua portuguesa. As línguas francesa, alemã, italiana e espanhola também participam da orgia, embora com menor incidência.

É assim em feiras, camelôs, prédios históricos e ruas. Após a visita ao Palácio Provincial, eu e o Binho paramos num café situado no térreo. Era a chance de rebater a friagem após levarmos uma chuvarada sem tamanho nas costas. Na mesa ao lado, um homem de meia idade e uma mulher beirando os 30 anos conversavam em francês enquanto olhavam uma espécie de catálogo. Acho que eram pesquisadores. Já na visita ao Bosque da Ciência, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), foi um casal australianos que nos fez companhia durante a visita aos jacarés.

Se a variedade de línguas por metro quadrado for considerada um item importante numa eventual competição, Manaus poderia ser eleita a capital mais cosmopolita do país, deixando pra trás cidades historicamente cosmopolitas como São Paulo e Rio.


Peixe vai bem, obrigado

O calor é sufocante mesmo com tempo nublado, sempre é bom lembrar. Mesmo assim, o Carlinhos não arreda o pé da churrasqueira: está preparando um tambaqui assado que vai ao fogo com escamas, prática que – graças ao conhecimento indígena – não permite que o alimento torre.

O tambaqui não é o primeiro da lista. Já passamos pelo matrinchã sem espinhos, tucunaré frito, pirarucu assado, caldo de piranha e por aí vai. Por ser mais leve que carne vermelha, o peixe é rapidamente digerido pelo organismo e não te deixa com aquela sensação de “estomago pesado” após as refeições, o que é um importante item de sobrevivência principalmente numa quentura daquela.

É sábado e a cerveja gelada é a única bebida que parece amenizar o calor. Até eu me arrisco a bebericar meio copo dela de hora em hora. É que vinho – por conta de suas características – não desce nem trincando de gelado por causa do clima.

Continua...(ou não)

2 comentários:

  1. So mesmo Manaus pra te fazer beber cerveja, meu caro. Aguardo novos capítulo antropológicos!

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  2. Frávio, ler seus textos é viver oque viveu

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